segunda-feira, abril 13, 2009

Coluna de Aldo Tripodi - www.noticiacapital.com.br




Dom, 12 de Abril de 2009 13:59

Luciano Freitas, artista plástico/ensamblagista, fez uma ensaio para uma disciplina que cumpre no mestrado da EBA/ UFBa, de tão tão interessante fiz um recorte que mostro a seguir “Iniciei em 2004, a criar ensamblagens/colagens, aceitas pelo público, críticos de arte, formadores de opinião e galeristas, o que me motivou a procurar a academia. Aulas, leituras, novos colegas e conhecimentos! Os caminhos da história da arte são fascinantes, envolventes! E percorrendo estes caminhos desde a civilização egípcia até os movimentos de vanguarda do século XX me deparei com o ditirambo na mitologia grega. Daí resolvi compartilhar o paralelo que pretendo traçar entre os ditirambos do deus Dionísio, e performances e happenings iniciados no século passado. Então, vamos ao desafio!

Dionisio, Diónisos ou Dioniso, o deus do vinho, filho de Zeus e da princesa Semele, sendo o único deus filho de uma mortal, era o “primo” do deus romano Baco, cujos ritos deram origem às bacanais. Bacanal todo mundo saca. Dionísio era o deus protetor do teatro. Em sua honra faziam-se ditirambos e festas dionisíacas, as quais tiveram grande influência nas atividades teatrais na Grécia Antiga. Nas origens do teatro grego, o ditirambo era um coral que executava músicas de caráter apaixonado, alegre e/ou sombrio, constituído de uma parte narrativa, recitada pelo cantor principal (corifeu), e de outra propriamente coral, executada por personagens vestidos de faunos e sátiros considerados companheiros de Dionísio, em honra do qual se prestava essa homenagem ritualística. O ditirambo envolvia diversas linguagens: música, teatro, poesia....O corpo também era utilizado nestas manifestações dionisíacas. Além disto, os ditirambos, de Dionísio, segundo as várias lendas, histórias e cânticos do Olimpo, eram festas com muito vinho, lazer e prazer, sendo servido pelas bacantes (ou ménades), muito semelhantes às bacanais de Baco.

Dionísio é geralmente representado sob a forma de um jovem imberbe, risonho e festivo, de longa cabeleira loira, tendo, em uma das mãos, um cacho de uvas ou uma taça e, na outra, um dardo. Vejamos as semelhanças entre os ditirambos do Olimpo com as performances&happenings do século XX. Performance palavra da língua inglesa que significa ação, desempenho, foi incorporada a língua portuguesa e utilizada em diversas atividades: negócios, recursos humanos, cultura dentre outros.

Na minha área profissional – economia – podemos considerar um business game como performance. Os resultados atingidos por uma determinada economia também podem ser denominados de “performance da economia”.

Em termos de arte, por onde me entranho agora, as performance&happenings são atividades multidisciplinares utilizando diversas formas de expressões artísticas: dança, teatro, música, vídeo, cinema etc. O seu maior diferencial é que utilizam o corpo como tema e objeto da arte. Estas manifestações surgem no Século XX e ganham popularidade pela sensação de liberdade que contagiava os artistas e os espectadores, e a interação entre os mesmos. Um espécie de bacanal, concordam?

Estas manifestações foram componentes importantes de muitos movimentos vanguardistas do século XX, a exemplo do futurismo, do dadaísmo, do surrealismo, da arte conceitual, dentre outros”. Numa linguagem de arte contemporânea, os ditirambos da mitologia grega, mesclando também teatro, música e dança, assim como utilizando o corpo dos faunos e sátiros, poderiam ser considerados as performances&happenings do Olimpo. Assim como Dionísio promoveu o teatro na grécia Antiga, poderemos dizer que o seus congêneres no Sec. XX foram Jonh Cage, Rauschenberg e Cunningham, dentre outros, na medida em que se constituiram nos precursores de muitos movimentos da arte de vanguarda. Este endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo. ' ); //-->">