sábado, maio 30, 2009

EXPOSIÇÃO DOCE DE SANTO





GALERIA DO TEATRO ACBEU
ABERTURA 05/06/2009 – 19 HORAS

Trata-se de uma exposição coletiva integrante do projeto sobre cultura popular que aborda a visão de cada artista participante sobre o duplo, com coordenação e curadoria dos artistas plásticos Luiz Cláudio Campos e José Henrique Barreto.
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Inicialmente foi tomada como referência a dupla de santos "Cosme e Damião" (dois-dois, mabaços, gêmeos, dupla, par.... etc.), já que os mesmos tem estreita relação com doces e guloseimas distribuídos à época da sua festa, fazendo uma releitura de um mito baiano: "uma igreja para cada dia, um santo para cada igreja e um artista para cada dia".

Os trabalhos dos artistas participantes serão apresentados em formato de compotas de doces, chamando a atenção para a necessidade de conservação e perpetuação da cultura popular.

Vale ressaltar que o projeto foi ampliado, para além da referência dos santos mabaços, porém mantendo a poética visual de cada participante sobre a dualidade.

A colagem que apresento na exposição é denominada “desigual” abordando o tema da sexualidade, com o propósito de sinalizar o direito de escolha de cada individuo, mesmo considerando que já estamos no século XXI.

Vale conferir!

quinta-feira, maio 28, 2009

M~ES DE MAIO, DAS MÃES

Mês de maio, das mães.

No meu repouso prostático fiz a ensamblagem:
Niva presentes, um brechó com ala de importados e ala de produtos da
terra.

Vejam foto abaixo.

MAIO DAS MÃES

terça-feira, maio 12, 2009

É PRECISO TENTAR, A VIDA AINDA NÃO ACABOU!

É PRECISO TENTAR, A VIDA AINDA NÃO ACABOU!

Provavelmente no momento em que Cage, Rauchenberger, Cunnigham e muitos outros redefiniam o papel das expressões artísticas no século XX com performances, happenings, .... num mix de todas as manifestações da arte: música, teatro, poesia, artes visuais......, em um lugar bem distante de New York, porém não menos famoso devido a Jorge Amado e sua inesquecível Gabriela, um garoto tímido, franzino iniciava-se no teatro.

As primeiras experiências foram no Ginásio Municipal de Ilhéus. Na peça Chapeuzinho Vermelho, ele era o caçador que entrava em cena com uma espingarda disparando um tiro. Nada mais que isto. Numa outra vez com outro colega fez um dueto cantando uma música em italiano.

A principal experiência foi encenar “A bruxinha que era boa” de Maria Clara Machado, na qual teve um papel de destaque com o personagem “ Pedrinho’. Auditório lotado na estréia!

Na seqüencia, o garoto foi convidado para fazer novela no rádio. Muito comum naquela época. Os pais não consentiram.

Mas o garoto gostou da experiência e começou a dirigir peças com irmãos, primos, colegas da escola e da rua. Encenava suas peças (naquela época dramas) em quintais, varandas e outros lugares não muito apropriadas. E tinha platéia, sim!

Entretanto, a maior ousadia foi encenar uma peça tendo como palco uma mesa de ping-pong. Pode crer! Em cima da mesa a peça se desenrolou.

Não seria naquele momento, mesmo inconsciente e sem conhecimentos, uma sacada do que acontecia em New York, Berlin e mundo afora?

Depois disto, o artista que mal acabava de nascer, morre ou foi morto por si mesmo, pela ignorância da família e/ou crueldade da comunidade! O garoto não foi protegido pelo “São Jorge dos Ilhéus”, outro romance de Jorge Amado.

A vida seguiu seu curso igual ao de todas as pessoas comuns. Escola, universidade, diploma, anel de formatura, emprego, casamento, filhos e coisas que tais.

Mas, aquela alma artista angustiada por circunstâncias da vida ficou dividida entre Marx e Freud, dois grandes ícones. O primeiro garantiu o sustento da vida e da família, o segundo lhe monitora até hoje.

O artista fez fotografia. Nos momentos de crise escrevia/escreve o que denomina “psico-asneira’. O garoto sempre foi “arteiro”.

Na apresentação do seu site, Maria Sampaio amiga, irmã, comadre, mabaça bivitelina, declarou: “depois de cumprir gloriosamente o seu lado economista, educar suas meninas, deixou que sua arte estuporasse pelos sete buracos da sua cabeça em forma de ensamblagem”.

O artista chegou a terceira idade e costuma dizer que se não estivesse ensamblando estaria atirando pedras em vidraças. Mesmo considerando que correu mundo e viu que as coisas poderiam ter sido diferentes, ou até porque viu. Vá saber!

Evidentemente que estou falando de mim. Já deu para notar, né?

Recentemente lembrei-me da peça encenada em cima da mesa de ping-pong e, cheguei a conclusão que naquele momento nasceu e morreu um artista, talvez com as características dos artistas que fizeram a diferença no século XX.

Concluindo, creio que introduzi mais uma pergunta sem resposta para minha tumultuada existência. Porque deixei aquele artista morrer tão cedo?

O artista tenta ressuscitar, ensambla cacos, experiências passadas, vivências mis e outras coisas mais. E segue, mesmo sem respostas para tudo, sem saber se já não é muito tarde para correr atrás do prejuízo. MAS É PRECISO TENTAR, A VIDA AINDA NÃO ACABOU!

Luciano Freitas
Itacaré, 2/5/2009