segunda-feira, outubro 19, 2009

MITOS E CRENDICES NA COLUNA DE ALDO TRIPODI/NOTICIA CAPITAL

Aldo Trípodi

Luciano Freitas expõe ensamblagens do Teatro XVIII, no Pelourinho


Dom, 18 de Outubro de 2009 21:16


Sempre gostei de como Luciano Freitas fala de sua obra, portanto ai segue um depoimento dele sobre sua mostra no próximo dia 30 “Fui contemplado com edital do Teatro XVIII na categoria de artes plásticas no âmbito de um projeto que envolve também música, teatro e dança. O projeto tem início dia 30 de outubro com minha exposição “ Mitos e crendices da Bahia”. Iniciei o meu fazer artístico em de 2004, de forma autodidata, pura intuição após retornar de uma viagem a Angola. Utilizo as técnicas de colagem e ensamblagem, as quais têm estreita relação com muitos movimentos da arte do século XX. Em 2008, comecei a cursar algumas disciplinas na UFBA-EBA/IHAC para ampliar conhecimentos sobre história da arte. Um mundo fascinante!
Minhas ensamblagens estão inseridas no gap entre os ....ismos do século XX e as tendências da arte no século XXI, preenchendo a lacuna existente entre a arte efêmera e a pintura convencional. Além disto, são diferenciadas devido às experiências pessoais e profissionais que vivenciei, agregadas do legado histórico e cultural que todo baiano tem. Com portfólio debaixo do braço, fui ao mercado via galerias, críticos de arte e formadores de opinião, criando também o site www.ensamblartes.com para dar visibilidade ao meu trabalho. Assim, estou conquistando o meu espaço no mercado de arte da Bahia, embora tenha tido aceitação muito mais fácil no exterior (Berlim, New York, Nova Zelândia, Paris).
A exposição “Mitos e Crendices da Bahia” aborda a partir da idiossincrasia dos dadaístas e o meu non sense personagens e situações da nossa baianidade (sereias, candomblé, santos, festas etc) com estética, poética e iconoclastia próprias e contemporâneas. Utilizando as técnicas de colagem e ensamblagem, além de instalações com diversos materiais – tecidos, imagens, espelhos fotos, conchas, utensílios, miçangas, madeira etc – faço um recorte cultural e folclórico da cena baiana com boas pitadas de pimenta, ironia e sexo”.
A propósito da mostra Paulo Gabrielli, Psicanalista fala o seguinte “A arte de Luciano não pretende ser uma solução fácil, não nos engana com a feliz ilusão da imagem perfeita. Ao contrário, é através da fragmentação, visão singular dos pedaços de real, que ele propõe fixar nosso olhar apresentando o ser em sua eterna disputa com o parecer.
O objeto útil e pronto para servir meramente às nossas necessidades mais cotidianas, ao se quebrar transforma a realidade produzindo a arte como encontro com o único e o contingente. Num ato de ousadia e coragem escolhe o Sagrado em seu aspecto mais regional para mostrar, com profunda sagacidade, o lado profano e universal. Seu espírito inquieto tem levado o artista a ser um especialista no ato de enxergar e de sua impossibilidade. Finalmente, ao libertar o objeto da prisão da utilidade, explora a separação entre o belo e a deterioração, o necessário e o inútil, a vida e a morte, sempre acompanhado de uma pitada indispensável de sexo.

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